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sábado, 6 de outubro de 2018

diabetes 1

http://visao.sapo.pt/visaosaude/2018-09-20-Dietas-ricas-em-gluten-praticadas-por-gravidas-aumentam-o-risco-de-diabetes-tipo-1-nos-bebes

Dietas ricas em glúten praticadas por grávidas aumentam o risco de diabetes tipo 1 nos bebés

Um novo estudo conduzido por uma equipa de investigadores internacionais dá conta de que o consumo em demasia de glúten pelas grávidas pode afetar a vida dos bebés

As crianças cujas mães têm uma dieta rica em glúten durante a gravidez têm o dobro do risco de vir a ter diabetes tipo 1 relativamente às grávidas com consumos mais moderados.

Esta é a conclusão de um estudo recente, que analisou dados de mais de 60 mil mulheres grávidas entre 1996 e 2002, da Dinamarca, e que acredita que o aumento do risco desta doença nos bebés é proporcional ao consumo de glúten por parte das mães.

A investigação, publicada na revista médica British Medical Journal, baseou-se num questionário relativo à alimentação das grávidas no momento da sua 25ª semana de gestação. As participantes foram acompanhadas até 2016 com o objetivo de se perceber se houve desenvolvimento de diabetes ou não nas crianças nascidas.

O questionário analisou o consumo de glúten a partir de alimentos comuns como o pão e percebeu-se que a ingestão de glúten variou entre 7 e 20 gramas, fazendo uma média de 13 gramas.

Depois de um acompanhamento de 15,6 anos, em média, destas crianças, observou-se que 247 delas desenvolveram diabetes tipo 1.

Investigadores do Instituto Nacional de Saúde e Bem-Estar da Finlândia concluíram que o risco de diabetes tipo 1 em crianças "aumentou proporcionalmente" à a ingestão de glúten por parte das mães.

Apesar deste resultado, que alerta sobretudo para o facto de que grandes quantidades de glúten podem ser prejudiciais para a saúde dos bebés, os especialistas dizem que não há provas de que foi realmente o glúten que provocou a doença e que, por isso, ainda é muito cedo para fazer alterações nas recomendações dietéticas das grávidas.

As mulheres não devem, portanto, fazer mudanças radicais na sua alimentação com base nesta descoberta, sem qualquer recomendação de um profissional de saúde, mas sim continuar uma dieta equilibrada e variada.

domingo, 31 de julho de 2016

Trigo transgênico

Oficialmente o trigo não é transgênico, no entanto indícios clínicos reforçam a perspectiva de que esteja disperso sem controle.
Por ser commoditie sua distribuição não é regionalizada nem rastreada.
Apresento coletânea de matérias que confirmam a distribuição aleatória do trigo transgênico.


Japão proíbe o trigo canadense


http://m.extra.globo.com/noticias/mundo/eua-encontram-trigo-transgenico-nao-aprovado-no-estado-de-washington-19811184.html

Trigo transgênico é culpado por epidemia de obesidade.


Trigo transgênico: retomada do interesse no cultivo comercial

http://www.noticiasnaturais.com/2014/08/cientista-adverte-comer-trigo-geneticamente-modificado-pode-destruir-seu-figado/

sábado, 26 de março de 2016

Intestino Irritavel

http://glaucia-vivasemgluten.blogspot.com.br/2015/01/doencas-auto-imunes-relacionadas.html


http://glaucia-vivasemgluten.blogspot.com.br/2015/01/doencas-auto-imunes-relacionadas.html


especialmente no início onde alguns aspectos fisiopatológicos são expostos de forma confortável.


Simplifico o manejo clínico realçando o isolamento de produtos alergênicos e alguns tóxicos como venenos e óleos.

quinta-feira, 2 de julho de 2015

Trigo orgânico faz mal

O verdadeiro trigo



            Como era o trigo que crescia 10 mil anos atrás e era colhido manualmente de campos não cultivados? Essa pergunta simples levou-me ao Oriente Médio – ou, mais precisamente, a uma pequena fazenda orgânica na região ocidental de Massachusetts.

            Lá encontrei Elisheva Rogosa. Eli não é apenas uma professora de ciências, mas também uma agricultora orgânica, defensora da agricultura sustentável e fundadora da Heritage Wheat Conservancy [Preservação do Patrimônio do Trigo] (www.growseed.org), uma organização dedicada a preservar o cultivo de alimentos ancestrais e cultivá-los aplicando os princípios orgânicos. Depois de viver no Oriente Médio por dez anos, onde trabalhou no GenBank [banco de genomas], projeto jordaniano, israelense e palestino que tem como objetivo coletar antigas linhagens de trigo, quase extintas, Eli voltou para os Estados Unidos com sementes provenientes de plantas do trigo original, o trigo do antigo Egito e de Canaã. Desde então ela se dedica a cultivar os antigos cereais que sustentaram seus antepassados.
Meu primeiro contato com a sra Rogosa começou com uma troca de mensagens de correio eletrônico, que começou com um pedido que fiz de 1 quilo de grãos de trigo einkorn. Ela não conseguia parar de me passar informações sobre sua cultura singular, que afinal de contas não era simplesmente qualquer semente de trigo antigo. Eli descreveu o gosto do pão de einkorn como “substancioso, delicado, com um sabor mais complexo”, diferente do pão feito com a farinha do trigo moderno, que ela alegava ter gosto de papelão.
Eli fica irritada diante da sugestão de que produtos do trigo fazem mal à saúde, e cita as práticas agrícolas das últimas décadas, voltadas para o aumento da produtividade e a expansão do lucro, como a fonte dos danos à saúde de quem consome trigo. Ela vê a solução no einkorne e no emmer, com a restauração das gramíneas originais, cultivadas em condições orgânicas, como substitutas do moderno trigo industrial.

            As diferenças entre o trigo dos natufianos e o que no século XXI chamamos de trigo seriam evidentes a olho nu. Os trigos originais einkorne e emmer eram formas “cascudas”, em que as sementes ficavam bem grudadas à haste. Os trigos modernos são formas “nuas”, em que as sementes se soltam com maior facilidade da espiga, característica que torna mais fácil e eficaz a debulha (separação dos grãos da palha) e que é determinada por mutações nos genes Tg (gluma tenaz). No entanto, outras diferenças são ainda mais óbvias. O trigo moderno é muito mais baixo. Os trigais altos, ondulando graciosos ao vento, das idéias românticas, foram substituídos por variedades “anãs” e “semianãs” que mal chegam a 30 ou 60 centímetros de altura, mais um resultado de cruzamentos experimentais para aumentar a produtividade.


Um bom cereal que se perdeu?

Considerando-se a distância genética que se abriu entre o trigo atual e seus predecessores evolutivos, será que grãos antigos, como o emmere e o einkorn, podem ser consumidos sem provocar os efeitos indesejados causados por produtos de outros trigos?
Decidi pôr o einkorn a prova moendo um quilo de grãos para fazer farinha que, então, usei para preparar pão.
Também moí sementes de trigo integral orgânico convencional para fazer uma farinha integral. Fiz pão tanto com a farinha de einkorn como com a farinha convencional, usando apenas água e fermento biológico, sem acrescentar açúcares ou flavorizantes. A farinha do einkorn era muito parecida com a farinha de trigo integral convencional, mas, quando a água e o fermento foram acrescentados a ela, tornaram-se evidentes algumas diferenças. A massa, de coloração parda clara, era menos elástica, menos flexível e mais pegajosa que uma massa tradicional, além de lhe faltar a maleabilidade da massa de farinha de trigo convencional. Ela também tinha um cheiro diferente, mais parecido com o de manteiga de amendoim do que com o cheiro habitual de massa de pão. Ela cresceu menos que a massa feita com farinha de trigo atual, subindo só um pouco, em comparação com a duplicação de tamanho que se espera que ocorra nas massas de pão feitas de trigo moderno. E, como Eli Rogosa afirmou, o pão pronto tinha de fato um gosto diferente: mais intenso, com sabor de castanha, deixando um vestígio de adstringência no paladar. Eu podia imaginar esse pão feito do rudimentar einkorn na mesa de amoritas ou de mesopotâmios do século III a.C.
Sou sensível ao trigo. Por isso, em nome da ciência, realizei meu pequeno experimento: 100 gramas de pão de einkorn no primeiro dia contra 100 gramas de pão de trigo integral orgânico moderno no segundo dia.
            Preparei-me para o pior, pois, no passado, minhas reações tinham sido bastante desagradáveis.
Além de simplesmente observar a reação aparente de meu corpo depois de comer cada tipo de pão, fiz também o teste da picada na ponta do dedo para verificar o nível de glicose do sangue. As diferenças foram impressionantes.
            Nível inicial de glicose no sangue: 84 mg/dL. Nível de glicose no sangue depois de ingerir pão de einkorn: 110 mg/dL. Essa seria mais ou menos a alteração esperada após a ingestão de qualquer carboidrato. Mais tarde, porém, não houve efeitos perceptíveis – nada de sonolência, náusea, nenhum tipo de dor. Em suma, eu estava bem. Ufa!

            No dia seguinte, repeti o procedimento, usando dessa vez 100 gramas de pão de trigo integral orgânico convencional. Nível de glicose inicial: 84 mg/dL. Nível de glicose após a ingestão de pão convencional: 167mg/dL. Além disso, logo comecei a sentir náuseas, e quase coloquei meu almoço para fora. O enjoo persistiu por 36 horas, e foi acompanhado de cólicas estomacais, que começaram quase imediatamente e duraram muitas horas. Naquela noite, o sono foi intermitente, embora repleto de sonhos vívidos.
            Na manhã seguinte não conseguia pensar direito, nem entender os artigos de pesquisa que tentava ler, precisava ler e reler parágrafos quatro ou cinco vezes. Acabei desistindo. Comecei a me sentir normal novamente apenas na metade do dia seguinte.
            Sobrevivi a meu pequeno experimento com o trigo, mas fiquei impressionado com a diferença nas reações ao trigo antigo e ao moderno, presente em meu pão de trigo integral. Sem dúvida estava acontecendo alguma coisa estranha nesse caso.
            É claro que minha experiência pessoal não pode ser considerada um ensaio clínico. Mas ela levanta algumas questões acerca das diferenças em potencial, referentes a um período de 10 mil anos de distância, entre o trigo antigo, anterior às mudanças introduzidas pela intervenção genética humana, e o trigo moderno.
           

Fonte: William Davis, Barriga de trigo, p. 27, 28.

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Trigo x cereais e outros híbridos no século passado

Publico esta conversa que fiz com meu irmão Walter Meira quando era adolescente, em homenagem a sua graduação médica neste ano de 5775.


O que é exatamente o glúten?  Porque muitas pessoas tem alergia a ele?
Glúten é a fração proteica do cereal, é onde está o germe, onde começa o broto da nova planta. Aí estão contidas as informações, codificadas em forma de proteínas e aminoácidos. O amido que circunda o broto serviria como substrato energético para as reações ordenadas pelo broto. Por isso a alergia é com as informações contidas nas proteínas e não com o amido.

Aqui temos um híbrido inter-espécie muito disseminado, o triticale, mistura de Triticum (trigo) com Secale (centeio). Por volta de 70% da farinha de trigo utilizada globalmente é de triticale. Os anticorpos vão reconhecer a aberração genética através das proteínas no glúten do triticale.

Popularmente quando referem ao glúten de outros cereais diferentes de Trigo (aveia, cevada centeio) é porque ao serem moídos no mesmo moinho que o Trigo acabam contaminados em pequeníssimas proporções, mas o suficiente para estimular as reações alérgicas diversas, principalmente nos cólons, originando e piorando as colites auto-imunes.

Monitoração detalhada de doentes celíacos e de Crohn mostraram diminuição de anticorpos específicos  mesmo usando outros cereais não contaminados com Trigo ou Triticale.
     
Parece que a uva é geralmente enxertada com um tipo que não da fruto mas que dura bastante tempo e outra mas fraca só que dá muitos frutos. Isso seria hibridismo ou não, já que o enxerto é feito só a partir de parreiras de uvas ?  E se é hibrido porque dá mais frutos e dura mais? 
O híbrido que gera proteínas estranhas é o "inter-espécie", ou seja, entre espécies diferentes. 

O hibridismo entre variedades de uma mesma espécie é coerente e natural. Os híbridos intra-espécies usuais entre nós são os feijões, os milhos. Quanto a uva desconheço.

A laranja que é enxertada no pé de limão é inadequada (o chamado limão Taiti também é uma laranja enxertada). 

As laranjas Limas tendem a ser íntegras geneticamente pois são plantadas de sementes, chamam de "pé-franco".


Tenho visto na TV que muitos agricultores estão plantando mexerica sem semente, seria essa uma variedade hibrida ou transgênica da fruta? 
Por enquanto os transgênicos disseminados são os de culturas globais, como a soja, o milho, o algodão, a canola, o trigo.

Frutas sem sementes são obtidas selecionando indivíduos inviáveis, geralmente com alterações cromossômicas, como no caso de melancias, são selecionados os triploides, utilizando polinização controlada entre diploides e tetraploides.

Um bom índice de integridade genética é quando consegue se reproduzir. 

Após três gerações é possível que seja íntegro, depois de 10 gerações, é muito provável.


Você acha que a interferência humana fazendo peixes em laboratório, não cria um desequilíbrio ecológico?
Neste assunto é bom lembrar o que acontece nos pesqueiros e criadouros comerciais: a hibridização dos peixeis. Quando o cuidado clínico é minucioso, oriento somente os peixes de alto mar.
 

sexta-feira, 28 de março de 2014

Glifosato piora

Número 668 - 28 de março de 2014

Car@s Amig@s,

No final de 2013 a revista científica Interdisciplinary Toxicology (doInstituto de Farmacologia Experimental da Academia Eslovaca de Ciências) publicou um artigo que coloca em questão a verdadeira origem da chamada doença celíaca – uma doença autoimune, cujos efeitos são precipitados pelo consumo de alimentos contendo glúten. O glúten é uma proteína encontrada em cereais como trigo, cevada, centeio e aveia, e os portadores da doença celíaca devem suprimir da dieta todos os alimentos contendo, sobretudo, trigo e seus derivados (por exemplo, massas em geral).

Segundo os autores do artigo, intitulado “Glifosato, caminhos para doenças modernas II: doença celíaca e intolerância ao glúten” (traduzido do inglês), a intolerância ao glúten tem crescido de forma epidêmica nos EUA e, a cada vez mais, também no mundo. Estima-se que atualmente cerca de 5% da população dos EUA e da Europa sofram desse mal.

Os sintomas da doença incluem náusea, diarreia, erupções cutâneas, anemia macrocítica e depressão. Trata-se de uma doença multifatorial associada a diversas deficiências nutricionais. Está também relacionada a problemas reprodutivos e ao aumento do risco de desenvolvimento de doenças da tireoide, insuficiência renal e câncer.

Os pesquisadores sugerem que o glifosato, o ingrediente ativo do herbicida Roundup, pode ser o principal fator causador dessa epidemia.

Um estudo recente relatado no artigo demonstrou que peixes expostos ao glifosato desenvolvem problemas digestivos semelhantes à doença celíaca. Segundo os autores, a doença celíaca está associada a desequilíbrios em bactérias do intestino que podem ser completamente explicadas pelos efeitos conhecidos do glifosato sobre as bactérias do intestino.

Características da doença celíaca incluem a diminuição de muitas enzimas citocromo P450, que atuam na desintoxicação de toxinas ambientais, na ativação da vitamina D3, na catabolização da vitamina A e na manutenção da produção dos ácidos biliares e de fontes de sulfato para o intestino.

E, segundo apontam os autores do estudo, o glifosato é conhecido por inibir as enzimas citocromo P450. Também as deficiências em ferro, cobalto, molibdênio, cobre e outros metais raros associadas à doença celíaca podem ser atribuídas à forte habilidade do glifosato de quelar esses elementos. Da mesma forma, deficiências em triptofano, tirosina, metionina e selenometionina associadas à doença celíaca correspondem à conhecida capacidade do glifosato de esgotar esses aminoácidos.

Os pesquisadores ressaltam ainda que portadores da doença celíaca têm maior risco de desenvolver Linfoma Não Hodgkin, doença que também tem sido associada à exposição ao glifosato. Além disso, argumentam, problemas reprodutivos associados à doença celíaca, tais como infertilidade, abortos e o nascimento de bebês com malformações, podem ser explicados pelo glifosato.

Os pesquisadores relatam então que resíduos de glifosato no trigo e em outras culturas tem crescido significativamente nos últimos anos devido à prática da dessecação das lavouras com o veneno para facilitar a colheita, o que tem aumentado a exposição da população ao veneno através da alimentação. Chamam ainda a atenção para o fato de que, desde 2001, o uso do glifosato na agricultura aumentou exponencialmente em função da difusão das lavouras transgênicas Roundup Ready, tolerantes à aplicação do produto. O veneno é hoje o herbicida mais utilizado no mundo, sobretudo em função de sua suposta baixa toxicidade e do preço que se tornou baixo depois que a patente do produto expirou e marcas genéricas passaram a ser comercializadas.

Em suma, os autores do artigo desenvolvem e fundamentam o argumento de que o alarmante aumento da incidência da doença celíaca nos EUA e no resto do mundo nos anos recentes é devido ao aumento no uso de herbicidas na agricultura e, em especial, ao aumento da exposição da população ao glifosato através dos resíduos presentes nos alimentos.

Eles concluem com um apelo aos governos para que revejam suas políticas com relação à segurança dos resíduos de glifosato nos alimentos.

Leia o artigo na íntegra, em inglês:

SAMSEL, Anthony., SENEFF, Stephanie. Glyphosate, pathways to modern diseases II: Celiac sprue and gluten intolerance.Interdisciplinary ToxicologyInterdiscip Toxicol. 2013; Vol. 6(4): 159–184.